sábado, 14 de maio de 2011

Comando: Sd Clemente manda e desmanda na Brigada Militar

Questões políticas definem a transferência do coronel Arlindo Rego, comandante da Brigada Militar em Uruguaiana. Nesta semana, o promotor de Justiça Rodrigo Vieira buscou junto ao Comando Geral, informações a respeito da transferência. Como resposta, foi dito ao promotor que, ao contrário do que vinha sendo falado, não existia qualquer empenho político para a saída do Comandante e que ele permaneceria à frente do 1º Bpaf. Ontem, a notícia da transferência de Rego foi confirmada. Para seu lugar foi designado o então comandante da Brigada Militar em Esteio, coronel Roberto Kraid Pereira.
O vereador Clemente (PT) estava ciente de que Rego estava recebendo apoio de autoridades e até entidades representativas de Uruguaiana para aqui permanecer, e mandou então oficio ao presidente do Partido no Estado, e ao governador Tarso Genro falando da interferência do Coronel da Brigada em questões políticas, e que se fizesse uma escolha. “Quem vem não me importa. Pode vir até o cachorro da frente do Palácio”, disse o Vereador. O vereador diz ainda que aqui quem apita é ele e Rego está saindo porque ele pediu. Clemente foi procurado pela nossa redação, mas não atendeu o telefone. Durante sua estada no município, Arlindo Rego trabalhou de forma intensiva no combate a criminalidade, unindo a Brigada Militar às demais polícias da cidade na busca pela segurança da população. Mais de 300 traficantes foram presos nos últimos dois anos pela PM de Uruguaiana, através do trabalho organizado do P2, POE e Polimento Ostensivo.

Veja também:
http://jornalcidadeonline.blogspot.com/2011/05/promotor-de-justica-busca.html

O homem errado: A chacina que marcou Uruguaiana poderá ter algum culpado após 16 anos

No mês de março, um dos crimes mais bárbaros da história de Uruguaiana, completou 16 anos: O assassinato de Everaldo Silva dos Santos, que aconteceu na madrugada do dia 17 de março de 1995, no Presídio Estadual da cidade. O delinqüente “Lau”, como era conhecido, foi retirado de sua cela e arrastado até o pátio do Presídio, onde foi assassinado com inúmeros tiros. Na ocasião, ele havia sido recolhido ao Presídio durante o dia, em decorrência do cumprimento de prisão preventiva decretada pela Justiça. Há vários dias ele era procurado, em especial pela Brigada Militar, em virtude de que havia se envolvido em fato que culminou com a morte do Soldado PM Gilson do Prado Brum. Antes da morte de Lau, os encapuzados teriam, por volta da 1h do dia 16 de março, invadido a casa de Francisco Gonçalves, o “Ico”, com 22 anos, que estava dormindo com a companheira Maria Evanir. Os encapuzados derrubaram a porta da residência, invadiram e reviraram tudo e localizaram “Ico”, que dormia só de cuecas. O grupo queria saber onde estava o “Lau”. Um dos encapuzados disse que “Ico” era o “Lau” e, apesar de Maria Evanir ter implorado e tentado mostrar os documentos do companheiro, ele foi arrastado e colocado em um dos carros usados pelos "justiceiros", sendo assassinado logo em seguida. No dia 28 de junho, 18 homens, entre eles, policiais da ativa, aposentados e até expulsos da BM, estarão sentados novamente frente a frente com o Júri Popular. Eles terão que prestar contas à Justiça, sobre como tudo aconteceu. Os indiciados não poderão recorrer mais da decisão.
Saiba como tudo aconteceu:
No dia 5 de março daquele ano, na Rua Setembrino de Carvalho, os policiais Julio César e Delamir abordaram Rudinei da Silva Santos, o “Michael Jackson”, como era conhecido que, de posse de uma faca, reagiu a abordagem dos policiais. Conduzido à Delegacia, “Michael Jackson” agrediu o PM Delamir com um tapa no rosto, isso já no interior da DP. No dia seguinte, os policiais Gilson do Prado Brum e Antônio Gonçalves abordaram “Michael Jackson” quando este saia de casa. Ele mais uma vez reagiu e foi espancado pelos PM’s. Tentando defender seu irmão, Everaldo da Silva Santos, o “Lau”, à época com 25 anos, atingiu o PM do Prado com um golpe de facão na cabeça, fugindo naquele momento com a arma do crime; “Michel Jackson” foi mantido preso. Naquela mesma noite, a Polícia desencadeou uma verdadeira caçada a “Lau”, enquanto os médicos ainda tentavam salvar a vida do policial ferido, internado em estado grave na Santa Casa. Na noite do dia 13, outro irmão de “Lau”, Henrique foi seqüestrado por homens encapuzados, sendo espancado e alvejado com um tiro. Ele só escapou com vida, porque fingiu estar morto. No final da manhã do dia 15, foi confirmada a morte do soldado PM do Prado. Já no dia 16 de março, por volta da 1h, seis homens encapuzados e tripulando automóveis e motos, invadiram a casa de Francisco Gonçalves, o “Ico”, com 22 anos, que estava dormindo com a companheira Maria Evanir. “Ico” trabalhava em carga e descarga de caminhão de tijolos. Os encapuzados derrubaram a porta da residência, invadiram e reviraram tudo e localizaram “Ico”, que dormia só de cuecas. O grupo queria saber onde estava o “Lau”. Um dos encapuzados disse que “Ico” era o “Lau” e, apesar de Maria Evanir ter implorado e tentado mostrar os documentos do companheiro, foi arrastado e colocado em um dos carros usados pelos "justiceiros", sendo assassinado naquela mesma madrugada. Ao final da tarde, “Lau” foi preso em circunstâncias até hoje não bem esclarecidas, pois estava em Paso de Los Libres, na Argentina, tendo sido preso no lado brasileiro da ponte internacional, quando estaria atravessando-a. Foi apresentado na promotoria e depois na DP, sem apresentar quaisquer lesões corporais. “Lau” confessou a autoria do crime. Minutos depois, foi encontrado o corpo de “Ico”, que havia sido executado com 19 tiros e ainda apresentava queimaduras pelo corpo. Na madrugada do dia 17, por volta das 2h, um grupo de 12 ou 13 homens encapuzados invadiu o Presídio, retirando o assassino confesso “Lau”, que foi sumariamente executado na frente da instituição prisional, alvejado com vários tiros de arma de fogo. A história das mortes de “Lau”, “Ico” e do soldado do Prado, assassinado em cumprimento do dever, pode estar perto de ser esclarecida. O episódio envolvendo policiais encapuzados entrou para a História dos anais da impunidade e violação dos direitos humanos do Estado e continua viva na memória dos uruguaianenses.

Estarão sentados no banco dos réus:
AZAURY ITURBIDES MEDEIROS
ADÃO GOULART BIBIANO
CARLOS AUGUSTO LOPES BLONDET
CLAUDEMIR DE MOURA AGUIAR
DAMIÃO SILVEIRA CRUZ
FÁBIO ALEX TELLES GOMES
GILNEI DE MELLO AIMONE
ISAAC GEREMIAS DE SÁ GOULART
ISEQUIEL VIEIRA FIUZA
JOÃO DEMIR MILER NOGUEIRA
JOSÉ ANTÔNIO DIOGO GUERRA
JOSÉ DELAMIR CARVALHO DE OLIVEIRA
JÚLIO CESAR GARCIA RAMOS
MANOEL CELSO FERRETO DOS SANTOS
MANOEL PRUDENTE GOULART BICCA
NEI HUMBERTO FAGUNDES MEDEIROS
NORBERTO FERREIRA FARIAS
PAULO RICARDO DA COSTA
REGIS ALEX CARRAZONI LOPES
ROBERTO CLAUS MASS
WANDERLEI GONÇALVES GOMES

Sanchotene chama vereadores de militantes e diz que funcionários só vão depor depois de autorizados por ele

Na manhã de ontem, em entrevista aos programas de rádio da cidade, o prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice, disse que não se recusará a depor na CPI da Saúde se chamado, no entanto, já instruiu seus funcionários: A partir de agora só poderão depor, depois que o informarem. Segundo o prefeito, os funcionários estariam sendo coagidos pela CPI. Ainda, Felice disse que a Comissão de inquérito já começou de forma errada, já que dos vereadores, apenas quatro assinaram a favor da instalação da investigação. Sanchotene foi enfático ao dizer que entre os vereadores da CPI, dois são militantes e que se estivessem tão preocupados com a saúde pública, teriam assinado a favor do projeto de saneamento básico, apresentado no ano passado. Felice também fez questão de falar a respeito das condições de trabalho do vereador Clemente Corrêa. O prefeito salientou que o vereador se aposentou por invalidez e que, no entanto, apresenta perfeitas condições de saúde, estando inclusive melhor que ele. A CPI da Saúde dá continuidade aos trabalhos na próxima semana.