quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A decisão da Série Bronze em 2016 vai ser lembrada por excesso de emoções e violência




Everaldo Jacques

Até o final da partida disputada no sábado à noite em Parobé, o futsal ficou em primeiro lugar, com uma disputa em alto nível entre Uruguaianense e APF. Porém, tão logo a torcida campeã começou a comemorar a conquista, a violência passou a imperar no Ginásio Municipal Décio Francisco da Costa. A pequena estrutura do local aliada a pouca segurança privada disponível foram ingredientes que contribuíram para que os excessos ocorressem.
Porém, durante o jogo, o que se viu foram lances de pura técnica, alta intensidade com extremos de superação física e psicológica para que a decisão 2016 ficasse gravada na memória de todos como inesquecível.
Um confronto equilibrado, assim como foi a campanha de ambas as equipes durante todo o campeonato. Quis o destino que se enfrentassem apenas nas duas partidas decisivas. E os dois enfrentamentos foram históricos. Com viradas impressionantes. Se em Uruguaiana, na semana passada, o jogo, com virada, já tinha sido cheio de emoção, em Parobé, no sábado passado, foi ainda mais.
O jogo
A partida, como uma autêntica decisão tem que ser, foi cheia de tensão no início, com nervosismo a flor da pele e nervosismo que deixava claro que o jogo seria equilibrado em todos os sentidos. E foi.
O único “porém” ficou no aproveitamento da APF em uma falha da defesa da Uruguaianense. Bruninho (11) levou a melhor no duelo com Eduardo e abriu o placar logo aos 4min31seg. O destino quis que Lucas (21) errasse o passe na saída de um contra-ataque. Bruninho tocou rápido na direita para Sig (15), que devolveu no meio da área para o seu companheiro. Foi apenas dar o toque e marcar o gol que deu a vantagem para a APF, 1x0.
Com muitas chances para ambas as equipes, os destaques na primeira etapa foram, de novo, Yuri e Eduardo, que praticaram defesas “impossíveis”.
Mas o jogo teria um novo roteiro a partir do segundo tempo, com diversas mudanças feitas pelos técnicos Adão Villanova (APF) e Noninho Menezes (Uruguaianense). Do lado do time da fronteira, a mais importante foi a de Lucas Maia (21). Foi dele a participação direta no gol de David (10), empatando o jogo, em 1x1. O esforço na roubada de bola de David, contra dois adversários, lhe rendeu a chance que ele tornou em gol. Ao tocar à Lucas Maia, David se lançou para o ataque. Inteligente, Maia esperou seu companheiro se postar quase sobre a linha da meta de Yuri para quase deitado tocar para o fundo das redes. David, 1x1.
Faltando 5min23seg para a partida acabar, mais um dos lances que marcaram a grande decisão. David roubou a bola na sua intermediária e tocou para Michael (8), na direita de ataque. Ele bateu forte e Yuri deu rebote no pé de Guilherme (25) que entrava em velocidade pelo meio. O jogador da Uruguaianense bateu forte sem chances, 2x1 Uruguaianense.
O que parecia um jogo controlado pela APF, tomou contornos de dramaticidade para os anfitriões. Apesar de sustos e da pressão da torcida sobre o jovem goleiro Eduardo (24), de apenas 16 anos, a Uruguaianense se segurava ante as investidas da APF.
Porém, faltando 1min01seg para o jogo acabar, a vantagem da Uruguaianense começava a se diluir. O árbitro do jogo viu toque de mão de Lucas (21) e deu a falta para a APF, a sexta da Associação Uruguaianense. Tiro-livre que Gian (17) bateu e tirou de Eduardo. Empate 2x2.
Mesmo assim, a equipe de Noninho Menezes continuava se defendendo bem diante de todas as tentativas do time adversário. Só não contavam com mais uma intervenção da arbitragem aos 39min27seg. O esperto Bruno caiu na área da Uruguaianense em disputa de espaço com Lucas (de novo ele). Pênalti duvidoso apitado por Sandro Brechanne, faltando apenas 33 segundos para a partida acabar.
Gian cobrou e fez o 3x2 que levava o jogo para a prorrogação, pois no Ginásio Municipal Oscar Miranda Schimidt, a vantagem foi da Uruguaianense, por 3x1.
Mas o destino é cruel e implacável. Quis ele, que dos pés do mesmo Lucas (que perdera a bola no contra-ataque do primeiro gol da APF; que tocara com a mão no lance que originou o tiro-livre para o segundo gol da APF; e que teria cometido pênalti no terceiro gol da APF) surgisse o lance capital do jogo. Faltando 18 segundos para que as esperanças da torcida uruguaianense acabassem Guilherme recebeu no meio da quadra e achou Barriga (22), aberto na direita da quadra do pequeno ginásio de Parobé. O atacante uruguaianense viu a entrada de Lucas e tocou com consciência a bola para o jovem jogador colocar o pé esquerdo na bola e empatar de novo o jogo, em 3x3. Gol que deu o título para a Uruguaianense.
Predestinado, Lucas agradeceu a Deus a oportunidade. O nome bíblico tem como significado exatamente o que ele foi durante a partida, iluminado.
Festa e comemoração
Uma grande carreata foi realizada pelas ruas de Uruguaiana na manhã de domingo (20) para receber os jogadores, comissão técnica e direção da Uruguaianense, campeões da Série Bronze em 2016. Uma festa que durou o dia todo e que foi mais que merecida.
Uruguaianense (3): Eduardo, Grillo, David, Lucas e Somália. Ainda jogaram Lucas Maia, Guilherme, Michael e Gutinha.
Técnico Noninho Menezes
APF (3): Yuri, Sig, Maninho, Linguiça e Bruno. Ainda jogaram Gian, Guilherme Zimmer, Lucas e Daniel Klein.
Técninco Adão Villanova
Arbitragem: Sandro Brechane e Ricardo Messa.

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