terça-feira, 29 de novembro de 2016

Por Decreto: Saúde entra em Situação de Emergência

Nilson Corrêa

Uma reunião entre os chefes do Legislativo e Executivo com o provedor da Santa Casa, ocorrida ontem, 28/11, na Prefeitura, definiu a decretação da Situação de Emergência na Atenção Secundária e Terciária na Saúde Pública em Uruguaiana.
As dificuldades financeiras da Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, agravadas desde a devolução à mantenedora, levaram seu provedor, advogado Eduardo Velo Pereira, e o presidente da Câmara Municipal, vereador Adalberto Silva, a recorrer ao Executivo para que, decretando Emergência, auxiliasse na busca junto ao Governo do Estado, do pagamento pelos serviços prestados no atendimento à população, permtindo ao hospital, por sua vez, o pagamento das despesas, principalmente o quadro de pessoal, que padece já há três meses sem receber.
Pressionado com o possível comprometimento da saúde da população com a redução em 30% dos atendimentos SUS, Schneider decretou ontem mesmo a situação requerida e incumbiu-se de buscar uma audiência com o governador Ivo Sartori, reforçando a reunião agendada pelo vereador Adalberto Silva com o secretário de Saúde do Estado, Gabbardo dos Reis, que espera-se seja realizada amanhã, 30/11.

Incertezas
Em meio as ações proativas, o médico Lourival Gonçalves, presidente da Unimed, avisou de um possível pedido de demissão coletiva dos médicos que atuam na Santa Casa, medida que, se por um lado perturba a tranquilidade da população, por outro, chantageia as autoridades públicas a encontrarem dinheiro para satisfazer a folha de pagamento, na qual os doutores também estão incluídos, afinal, não existe saúde sem médicos.

A dívida de Uruguaiana
Ante a controvérsia existente entre as contas da prefeitura e da Santa Casa, o prefeito Schneider está solicitando judicialmente a nomeação de um perito para determinar o montante devido pelo município. A diferença entre as contas da prefeitura e da Santa Casa é de R$ 1 milhão.
Luiz Schneider também acusa a atual administração de desvirtuar a aplicação dos recursos obtidos com a venda do piano adquirido na gestão anterior e que, por lei, deveriam ser aplicados em despesas de capital, e não em despesas de custeio.

Modelo falido
Ao repudiar o que chama de “tentativa covarde de transformar o Prefeito da cidade em demônio, em algoz da nossa centenária casa de saúde”, Schneider disse que sua história de dignidade e coragem deve ser respeitada, pois não é um “forasteiro em busca de conchavos, cargos ou notoriedade”.
Para o Prefeito, há uma tentativa de creditar aos governos Estadual e Municipal a responsabilidade por um modelo de gestão falido e sem transparência, destacando que a Santa Casa foi devolvida à sua mantenedora com uma folha de pagamento de R$ 720 mil. Hoje a folha de pagamento supera a casa dos milhões, e a dívida chega a R$ 40 milhões.

Caixa preta
Em sua manifestação o prefeito lançou severas críticas sobre a transparência da administração hospitalar: Quanto está a folha de pagamento? Quantos são os funcionários? Quantas diretorias foram criadas? Qual o salário dos diretores? Qual o salário do administrador? Qual foi o resultado da auditoria noticiada? Que ações (além de pedir dinheiro aos agentes públicos), serão tomadas?
O prefeito finaliza declarando que quem recebe dinheiro público, deve prestar contas à sociedade, que clama por transparência, verdade, seriedade e Justiça.

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