terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Santa Casa: Servidores são intimidados a voltar ao trabalho pela PF


Gabriela Barcellos
Uma atitude considerada arbitraria e truculenta pelos funcionários do Hospital Santa Casa de Caridade (HSCC) foi registrada no início da noite de sábado, 24/12, e resultou na intimidação dos servidores grevistas para que retomassem o trabalho imediatamente.
Apesar de todo o efetivo do pronto socorro, das unidades de tratamento intensivo (UTIs), da maternidade e do bloco cirúrgico estarem mantidos, o administrador do nosocômio, Geovane Cravo, e o provedor, Eduardo Velo, ‘apareceram’ no pátio da instituição, acompanhados pela Polícia Federal. Os policiais então se dirigiram aos servidores ‘acampados’ no local solicitando que retornassem ao trabalho. O impasse permaneceu por algum tempo e, por fim, os servidores acabaram cedendo, por orientação do secretário-geral do Sindisaúde, Rogério de Moraes, via telefone. “Houve o entendimento de cumprir a ordem da Polícia Federal a fim de não causar um transtorno ainda maior”, explica Moraes, ressaltando que não houve truculência por parte da PF em si. “Agora, estamos tomando as providencias cabíveis a fim de saber quem chamou e porque chamou a Polícia Federal. Os funcionários foram tratados como bandidos”, completa.
O motivo da presença da PF ainda não está claro, uma vez que, até onde se sabe, nenhum crime – tampouco de esfera federal – fora cometido pelos servidores. Rogério garante que nenhum incidente foi registrado e que, tal como está ocorrendo desde o início da greve, uma escala de serviço fora preparada para a noite de Natal e nenhum paciente ficaria desassistido. “Somos responsabilizados caso ocorra algum incidente, por isso essas situações são pensadas e, desde que o movimento teve início, nenhum fato fora registrado graças ao planejamento que estamos fazendo”, explica.
Os funcionários da Santa Casa protestam contra os atrasos salariais, que chegam a três meses. A situação é de caos total e boa parte dos funcionários está vivendo de doações da comunidade, em campanhas de arrecadação de alimentos encabeçadas pelo Sindicato.
O diretor do Hospital, e também sua assessoria de imprensa, foram procurados para comentar o assunto, no entanto não atenderam a reportagem do Jornal CIDADE ou retornaram nossas ligações até o fechamento desta edição.

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