quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Santa Casa deverá se entregar ao município

Na semana passada, em entrevista para uma rádio local, o provedor do Hospital Santa Casa de Caridade (HSCC) de Uruguaiana, Eduardo Velo, disse que se o hospital não receber o valor de 40 milhões de um projeto junto a Caixa Econômica Federal, a instituição poderá ceder a administração ao município.
Entenda
Quando assumiu em janeiro do ano passado, Eduardo Velo tinha como objetivo fazer uma reestruturação financeira na Santa Casa. Para isso, foi elaborado um projeto - custeado por empresários que o apoiam -, e contratado uma empresa de consultoria/auditoria. Essa empresa teria vindo para Uruguaiana - ficando aqui até outubro do ano passado – para realizar ver o que precisava mudar em cada setor do hospital.
O resultado da consultoria gerou uma projeção do hospital para os próximos dez anos e essa projeção foi encaminhada junto ao “Caixa Hospitais”, que é um programa vinculado ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), na Caixa Econômica Federal. Esse programa – que é independente da Caixa - tem por finalidade apoiar a recuperação dos hospitais.  Para Velo o projeto é a solução para a situação em que a Santa Casa se encontra. “Esse projeto é a luz no fim do túnel”, comenta.
Se não receber esse valor, segundo Velo, “ o plano B é o hospital sucumbir, entregar para o Estado, para o município. A nossa ideia é fazer a recuperação, é um projeto de 40 milhões na Caixa Econômica Federal”.
Em paralelo a este dinheiro, ele ainda comenta que com o apoio dos empresários da cidade, vão receber um milhão de reais para reestruturação, informatização de toda a instituição e também para dar o aporte necessário para a empresa que fez a consultoria vir para Uruguaiana e fazer a implantação de todas as melhorias necessárias. Atualmente, o déficit na Santa Casa é de 700 mil reais por mês. A dívida fiscal é de R$ 80 milhões. Velo ressalta que, somente no período em que o município administrou o hospital - de 2011 a 2013 - foram mais de R$ 67 milhões em dívidas.
Todas as metas serão controladas pela Caixa. Tudo que o hospital assumir, terá que fazer. Se cumprir com todas as obrigações, o contrato pode ser transformado em financiamento exclusivo do BNDES, aí a taxa de juros cai pra 0,5%.
Dos R$ 40 milhões, 8 milhões serão usados para o Fundo de Garantia. Outros R$ 7 a 8 milhões serão para pagar todos os colaboradores e, outros R$ 13 milhões para a Santa Casa pagar as dívidas junto aos bancos. O restante será utilizado para o pagamento dos fornecedores e demais necessidades apontadas no projeto. Nessa semana, em uma nova reunião, será decidido se o financiamento sai ou não para a reestruturação financiera do hospital.

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