sábado, 15 de julho de 2017

Inquérito Policial Militar apura acusações de agressão por PMs

Os dois policiais militares acusados de agressão pela coordenadora de redação do Jornal Diário da Fronteira, Kelly Rolim, responderão a um inquérito policial militar, presidido por um oficial de fora do 1º Batalhão de Policiamento de Área de Fronteira (BPAF) e uma sindicância. A informação é do major Gerson Corrêa de Mello, que responde pelo comando do 1º BPAF. Ontem, 14/7, o comandante regional da BM, tenente coronel Adilomar Jacson Silva, esteve em Uruguaiana, chamado pelo Major, e ratificou os procedimentos adotados por Mello em busca da elucidação dos fatos.
“Todas as medidas legais e cabíveis foram tomadas. Foi aberta sindicância em relação ao primeiro fato e inquérito policial militar em relação ao último. Também foi aberto procedimento para apurar a atuação dos policiais na situação mencionada em matéria jornalística, bem como a situação que envolveu o recolhimento de um veículo da Rádio Líder FM”, explica Mello, referindo-se também à ocorrência policial registrada na semana anterior por Kelly contra um dos policiais que participou da abordagem que resultou na detenção da Jornalista, quando ela e um colega teriam sido hostilizados e ameaçados de prisão pelo soldado José Francisco Souza, durante a cobertura de uma prisão por furto, e ainda o recolhimento de um veículo de sua empregadora por não estar com o licenciamento naquele momento.
Mello esclarece que a decisão de solicitar a um oficial de fora do Batalhão para atuar nos procedimentos é preventiva e visa evitar o levantamento de qualquer suspeição. “A Brigada Militar é extremamente rígida neste sentido e cada um dos fatos será minuciosamente apurado, sem pré-julgamento”, disse. Ainda conforme Mello, o prazo para a conclusão da sindicância é de 30 dias, prorrogáveis por mais dez dias, e para conclusão do inquérito policial militar é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20 dias.
Até que tais fatos sejam devidamente esclarecidos, os dois soldados, José Francisco Souza e João Juliano Gorges, ficarão afastados do patrulhamento de rua, sendo empregados em atividades administrativas. A determinação foi adotada por Mello, visando salvaguardar “o lado da comunidade e o lado dos policiais também”, e a fim de “prevenir que novos fatos ocorram, gerando novos conflitos”, explica. Atualmente, os dois policiais estão de atestado médico.
Eles responderão ainda junto à Polícia Civil a uma acusação de abuso de autoridade. Já Kelly reponderá por desacato. Nos dois casos, por meio de Termo Circunstanciado (TC).
Gabriela Barcellos

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